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01-08-2005

Sede do grupo folclórico em obras de ampliação


Pedralva

O Grupo Folclórico da Pedralva, nasceu em 1976, pelas mãos de um grupo de jovens liderado por José Ferreira Marques. 29 anos após a sua criação, o Grupo Folclórico tornou-se um dos mais importantes grupos da região, fiel às tradições, realizando um importante trabalho de recolha e preservação das tradições bairradinas.

Inscrito no Inatel e membro efectivo da Federação de Folclore Português, desde 1986, é presentemente conduzido por Nelson Serrano. Sobre o presente e o futuro deste grupo anadiense JB conversou com dois membros da direcção, Licínio Coelho (vice-presidente) e Lília Coelho (vogal) que deram a conhecer as obras em curso, as dificuldades financeiras e os sonhos que gostariam de ver realizados.

Obras de ampliação ascendem aos 50 mil euros

Embora a nova direcção tenha assumido a liderança, no ano passado, o seu mandato só terminará em 2006, sendo um dos seus objectivos a conclusão das obras em curso na sede do grupo.

Neste momento, em curso, está uma importante obra, iniciada já este ano, que ascende aos 50 mil euros e que vem colmatar inúmeras carências com que o grupo se vinha debatendo. “A obra diz respeito à construção de balneários - só tinham uma casa de banho na casa antiga -, lavandaria - porque a roupa é património do grupo e precisa de ser tratada com muito cuidado - , vestiários e escritórios e arquivo”, explicou a JB Lilia Coelho.

Sem qualquer apoio governamental, a obra conta apenas com a colaboração da Câmara Municipal de Anadia e Junta de Freguesia de S.Lourenço do Bairro, assim como de algumas empresas de região e amigos que vão cedendo alguns materiais. No entanto, a falta de verba tem comprometido o bom andamento da obra que, de acordo com aqueles membros da direcção, precisa da ajuda de toda a população da freguesia que, embora solidária e colaborante, terá de ajudar o grupo a realizar esta importante aspiração. “Notamos um grande carinho das pessoas, mas, neste momento, atravessamos um momento difícil a nível financeiro”, admitiu Lilia Coelho, fazendo um apelo à solidariedade das gentes, não só da freguesia, mas do concelho, uma vez que o grupo é um digno representante e embaixador do folclore bairradino e os sete mil contos de orçamento anual são insuficientes para fazer face a tantas carências e despesas, nomeadamente com a casa-sede, também ela antiga e a necessitar de várias obras de restauro (madeiras, muros, pinturas interior e exterior). Vão valendo ao grupo a carolice e a boa vontade dos elementos que o integram.

Uma obra que representa “as manifestações artísticas, culturais, etnográficas e agrícolas de um povo, de uma região. Isso é que tem valor e é importante preservar para as gerações vindouras”, acrescentou Licínio Coelho.

Colmatar várias carências

A conclusão da obra é, sem dúvida, o passo mais importante desta direcção, pois vem, no fundo, “aliviar” a falta de espaço com que o grupo de debate uma vez que a casa-sede, onde presentemente se amontoam todos os valores e património do grupo, passará, com a conclusão do novo edifício, a ser disponibilizada apenas para o Museu Etnográfico do Grupo que não está a ser devidamente protegido e rentabilizado.

Um Museu que está a merecer a maior atenção por parte da direcção, uma vez que muitas das peças, bastante antigas, se encontravam já num avançado estado de degradação a que era necessário pôr cobro. Neste momento, estão a ser alvo de um minucioso trabalho de restauro para então, serem catalogadas e colocadas no Museu do grupo.

“Temos uma pessoa que nos está a ajudar no restauro de uma forma gratuita, pois não temos verba para poder pagar e a quem agradecemos profundamente”. O sonho, confessou Lilia Coelho, “era, um dia, podermos ter o nosso Museu e o nosso valiosíssimo espólio exposto ao público, condignamente, num espaço que funcionasse diariamente e que tivesse uma pessoa especializada na área a coordená-lo”.

Um sonho demasiado dispendioso para um grupo que luta com enormes dificuldades financeiras mas que se recusa cruzar os braços e deixar de lutar pelos valores que acredita. “O primeiro objectivo é colocar o Museu do Grupo Folclórico da Pedralva no roteiro turístico da região”, até porque, por aqui têm passado inúmeros visitantes e instituições interessadas em visitar o espólio do Museu, que possui variadíssimas peças, desde louça, passando por mobiliário diverso, oratórios, trajes, instrumentos musicais, alfaias agrícolas.

Aliás, do seu espólio (com mais de um milhar de peças) consta uma “atafona” (servia para moer milho e era movida a tracção animal) com cerca de 150 anos, oferecida ao grupo por uma família da Fogueira (freguesia de Sangalhos). A título de curiosidade refira-se que é a única montada no país e uma das poucas (cerca de 100) existentes no mundo.

Instituição de utilidade pública

Considerada instituição de utilidade pública, o Grupo Folclórico da Pedralva é actualmente integrado por meia centena de pessoas, entre os 7 e os 70 anos.

Com actividade permanente ao longo do ano (matança tradicional, cantar das Janeiras, realização de encontros/convívio, festival) Lilia Coelho destaca também todo o trabalho, de fundo, realizado, especialmente, durante os meses de Inverno, em que as saídas são quase inexistentes: “aproveitamos esses meses para ensaiar as danças, sobretudo com os jovens dançarinos que entram para o grupo por forma a que, no Verão, todos estejam aptos para fazer as actuações”.

Um grupo que também não tem sentido a falta de elementos, até porque a entrada de jovens tem sido uma constante ao longo dos anos: “dá-nos a sensação que a juventude continua interessada pelo folclore, pelas tradições populares”, diria aquela responsável, acrescentando ainda que “o ambiente salutar e familiar que se respira aqui dentro, atrai os novos elementos. Depois, só é preciso ter jeito ou queda para a dança, para a música ou para cantar. Aqueles que não se encaixam em nenhuma destas áreas podem ainda ser muito úteis ao grupo noutras áreas”.

Trabalho rigoroso

Com 20 anos de existência como grupo federado, o vastíssimo reportório que possuem é proveniente de um trabalho cuidado feito a partir de inúmeras recolhas realizadas junto das pessoas mais idosas, não só da Pedralva como também de toda a região da Bairrada. Recolhas que depois de realizadas e estudadas resultam no trabalho final (previamente vistoriado pelos técnicos da Federação Portuguesa de Folclore) que todos apreciam e, que, no palco, dá a conhecer as raízes, os usos e costumes do povo bairradino.

Aliás, Lilia Coelho sublinhou isso mesmo - o cuidado e a atenção que é tida na preparação dos trajes: “não inventamos nada, são peças fruto das recolhas que o grupo faz, ora através de cópias fiéis de trajes existentes, ora através de cópias fiéis de velhas fotografias, analisadas ao pormenor”. O cuidado é tal, que os tecidos utilizados não vão além dos brocados, seda, linhos, algodões e chitas, uma vez que os sintéticos estão completamente proibidos. Tecidos caríssimos que reproduzem com todo o rigor o vestuário utilizados pelos nosso bisavós e trisavós.

“Um trabalho invulgar, de verdadeiro folclore, realizado por muitos poucos grupo na região da Bairrada”, acrescentaria Lilia Coelho.

Catarina Cerca


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